terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

No colegio d novo,nãoooo!!


NO COLÉGIO, DE NOVO :: Nãooooooooo

NO COLÉGIO, DE NOVO
Olympia, Washington,
Abril de 1987- Maio de 1988


Droga, estou no colégio de novo! Quero voltar para Aberdeen.
Trecho de uma carta a Dale Crover.
DOIS MESES DEPOIS DO SHOW EM RAYMOND, Eu fiz outra viagem importante: abandonei Aberdeen de uma vez por todas. Eu havia passado os primeiros vinte anos de minha vida ali, mas, depois de partir, raramente voltaria. Empacotei minhas coisas, que ná época consistiam em pouco mais do que uma mochila de roupas, um caixote de discos e agora a vazia gaiola de rato, e as embarquei no carro de Tracy para a viagem de pouco mais de cem quilômetros atpe Olympia. Embora
Olympia fosse apenas um pouco maior do que Aberdeen, era uma cidade
universitária, a capital do estado e um dos lugares mais excêntricos a oeste do East Village, com uma estranha mistura de roqueiros Punk, artista, pretensos revolucionários, feministas e tipo simplesmente esquisitos. Os estudantes do Evergreen State College - conhecidos universalmente como "Greeners" - criavam seu proprio curriculo. Eu não pretendia ir para a universidade, mas pelo menos tinha a idade correta para entrar. Eu iria ter uma relação conflitante com o público de arte da cidade - ansiava por minha aceitação, ainda que frequentemente me sentisse inadequado. Era um tema recorrente em minha vida.
Me mudei para Olympia para morar com Tracy em um apartamento-escritório em uma velha casa convertida num triplex na rua Pear, 114 1/2, dos serviços públicos. E a localização, a poucas quadras do centro, era ideal para mim, que raramente tinha acesso a um automóvel. Durante o primeiro mês procurei emprego sem muito sucesso, enquanto Tracy me sustentava trabalhando na lanchonete da
fábrica da Boeing em Seattle. Ela fazia o turno da noite e só voltava para casa as nove da manhã. O emprego garantia uma renda fixa - algo que ambos sabiam não poder esperar de mim - e ela podia roubar comida para complementar seu salário.
Devido ao seu horário incomun de trabalho, Tracy começou a deixar listas de "afazeres" para mim, e essa forma de comunicação se tornaria um ritual de meu relacionamento. Uma dessas listas que ela escreveu no final de 1987 dizia;
"Kurt: varra a cozinha, atrás da caixa de areia do gato, lata de lixo, debaixo
do alimentador do gato. sacuda os carpetes, passe asxpirador e limpe o quarto da frente. Por favor, por favor, por favor". O bilhete era assinado com um coração e uma Smiley sorridente. O bilhete de resposta meu; "Por favor, ponha o despertador para as onze que eu lavo os pratos. Tudo Bem?".
A principio, Eu ajudei com o trabalho doméstico, lavando a louça e até
ocasionalmente esfregando o chão. Embora o apartamento fosse minúsculo, precisava de limpeza constante devido á coleção de bichos de estimação.
Embora a população efetiva variasse ao longo dos dois anos seguintes dependendo do tempo de vida de cada um, nos tiveram cinco gatos, quatro ratos, uma cacatua, dois coelhos e as tartarugas minhas. O apartamento tinha um cheiro que as vizitas frequentemente comparavam desfavoravelmente a uma Pet Shop, mas era quase um lar. Eu chamava o coelho de Stew [Guisado].
Eu também pintei o banheiro de vermelho-sangue e escrevi "Redrum" na parede, uma referência a O iluminado, de Stephen King. Uma vez que eu tinha a tendência de escrever nas paredes,prudentemente cobriram a maiori delas com pôsteres de rock, muitos com o verso para a frente, para que assim eu tivesse mais espaço para criar. Os poucos pôsteres que exibiam a frente tinham alguma alteração em relação ao que eram. Um cartaz enorme dos Beatles agora exibia um
Paul McCartney de óculos e usando cabelo afro. Acima da cama havia um pôster do Led Zeppelin ao qual eu acrescentaria o seguinte; "Otário,, alcoólatra, nojento, lixo, degenerado, piolho, perebas, pus, pneumonia, diarréia, vômito de sangue, urina, músculo intestinal deficiente, artrite, gangrena, doença mental psicótica, incapaz de formar frases, provavelmente ira se virar num caixão na neve."
junto a essa ladainha estava o desenho de uma garrafa de vinho fortificante
Thunderbird e uma caricatura de Iggy Pop. A geladeira exibia uma colagem de fotos que eu criei com imagens de carne misturada com velhas ilustrações médicas de afecções vaginais. "Eu era fascinado por coisas que fossem grosseras", lembrou Tracy. E embora eu raramente falasse sobre
religião, Tracy disse: "Acho que ele acreditava em Deus, mas mais no diabo do que realmente em Deus",

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